EXERCÍCIOS

01. Os acontecimentos da realidade sociopolítica brasileira são aludidos constantemente no conto “Seminário dos ratos”, de Lygia Fagundes Telles. Pode-se destacar como uma das críticas existentes na narrativa:

02. Leia o trecho de “Seminário dos ratos”, de Lygia Fagundes Telles:
“– O povo, o povo – disse o Secretário do Bem-Estar Público, entrelaçando as mãos. A voz ficou um brando queixume. – Só se fala em povo e no entanto o povo não passa de uma abstração.”
Acerca do excerto extraído de “Seminário dos ratos”, é correto afirmar que os burocratas presentes no conto

03. São elementos relevantes ao desfecho do conto “Seminário dos ratos”, de Lygia Fagundes Telles, exceto:

04. De acordo com a proposta temática de “Seminário dos ratos”, a ambiguidade existente no título refere-se à

05. Sobre a personagem Chefe de Relações Públicas, de “Seminário dos ratos”, conto de Lygia Fagundes Telles, é correto afirmar que ele

06. Em relação à atuação e à visão de mundo do Secretário do Bem-Estar Público e Privado, personagem de “Seminário dos ratos”, de Lygia Fagundes Telles, é incorreto afirmar que ele

07. Sobre a reunião burocrática que se desenrola no conto “Seminário dos ratos”, de Lygia Fagundes Telles, pode-se afirmar que

08. Sobre as ironias presentes no contexto do conto “Seminário dos ratos”, conclui-se que se prestam a aludir ao seguinte momento histórico nacional:

10. Sobre a presença do elemento fantástico em “Seminário dos ratos”, de Lygia Fagundes Telles, pode-se afirmar que

11. Leia o excerto extraído de “Seminário dos ratos”, de Lygia Fagundes Telles:

"A suíte do Delegado Americano, por exemplo, é rosa forte. Eles gostam das cores vivas. Para a de Vossa Excelência escolhi este azul pastel, mais de uma vez vi Vossa Excelência de gravata azul... Já para a suíte norte me ocorreu o cinzento, Vossa Excelência não gosta da cor cinzenta?
O Secretário moveu com dificuldade o pé estendido na almofada. Levantou a mão. Ficou olhando a mão.
– É a cor deles. Rattus alexandrinus.
– Dos conservadores?
– Não, dos ratos. (...)”

Destaque a ironia presente no excerto relacionada ao uso das cores, tendo em vista as críticas presentes no contexto do conto.

12. Leia o excerto com a fala do Secretário do Bem-Estar Público e Privado, personagem de “Seminário dos ratos”, de Lygia Fagundes Telles:

“Fui contra a indicação. Desse americano – atalhou o Secretário num tom suave mas infeliz. – Os ratos são nossos, as soluções têm que ser nossas. Por que botar todo mundo a par das nossas mazelas? Das nossas deficiências? Devíamos só mostrar o lado positivo não apenas da sociedade mas da nossa família. De nós mesmos – acrescentou apontando para o pé em cima da almofada. – Por que não apareci ainda, por quê? Porque simplesmente não quero que me vejam indisposto, de pé inchado, mancando. Amanhã calço o sapato para a instalação, de bom grado faço esse sacrifício. O senhor, que é um candidato em potencial, desde cedo precisa ir aprendendo essas coisas, moço. Mostrar só o lado positivo, só o que pode nos enaltecer. Esconder nossos chinelos.”

Com base no contexto do conto, analise a imagem do chinelo presente no fragmento do conto, tendo em vista a principal crítica presente na narrativa.

13. Leia o excerto com o diálogo entre o Secretário do Bem-Estar Público e Privado e o Chefe de Relações Públicas, personagens de “Seminário dos ratos”, de Lygia Fagundes Telles:

"– Gastando milhões? Bilhões estão consumindo esses demônios, por acaso ele ignora as estatísticas? Estou apostando como é da esquerda, estou apostando. Ou então, amigo dos ratos. Enfim, não tem importância, prossiga por favor.
– Mas são essas as críticas mais severas, Excelência. Bisonhices. Ah, e aquela eterna tecla que não cansam de bater, que já estamos no VII Seminário e até agora, nada de objetivo, que a população ratal já se multiplicou sete mil vezes depois do I Seminário, que temos agora cem ratos para cada habitante, que nas favelas não são as Marias mas as ratazanas que andam de lata d’água na cabeça – acrescentou contendo uma risadinha. – O de sempre... Não se conformam é de nos reunirmos em local retirado, que devíamos estar lá no Centro, dentro do problema. Nosso Assessor de Imprensa já esclareceu o óbvio, que este Seminário é o Quartel-General de uma verdadeira batalha! E que traçar as coordenadas de uma ação conjunta deste porte exige meditação. Lucidez. Onde poderiam os senhores trabalhar senão aqui, respirando um ar que só o campo pode oferecer? Nesta bendita solidão, em contato íntimo com a natureza...”

Com base na análise do trecho, destaque duas temáticas presentes no contexto do conto.

14. No contexto de “Seminário dos ratos”, de Lygia Fagundes Telles, os burocratas do governo se reúnem em um antigo casarão para debater o problema da abundância de ratos que invadiram todos os lugares. Analise a metaforização desse casarão, tendo em vista as críticas sugeridas pela autora na narrativa.

15. Leia o trecho final de “Seminário dos ratos”, de Lygia Fagundes Telles:

“Foi andando pela casa completamente oca, nem móveis, nem cortinas, nem tapetes. Só as paredes. E a escuridão. Começou então um murmurejo secreto, rascante, que parecia vir da Sala de Debates e teve a intuição de que estavam todos reunidos ali, de portas fechadas. Não se lembrava sequer de como conseguiu chegar até o campo, não poderia jamais reconstituir a corrida, correu quilômetros. Quando olhou para trás, o casarão estava todo iluminado.”

Explique como o Chefe de Relações Públicas sobreviveu ao ataque dos ratos e a simbologia existente nesse desfecho.